sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quando as mudanças não ocorrem...




A rotina pode ser tão assustadora quanto o medo da mudança.
Todos os dias, acordar, tomar o café (sempre a mesma marca de café, de leite e pão da mesma padaria, com aquela conhecida marca de manteiga), sair no mesmo horário e ir pro trabalho de x anos executar a mesmas funções. Dizer 'bom dia' pra mesma secretária, os mesmos colegas de trabalho e enfrentar os mesmos desafios de sempre.
Se os desafios são os mesmos de sempre, passam a ser operados de forma automática e tudo vira um rotineiro 'apertar de botões'. O problema X do cliente Y que se resolve com a solução Z. E claro, no fim do mês vem o salário que é gasto com as mesmas contas - o valor da conta de luz que já é previsível e os produtos de supermercado que são os mesmos.
Qual a solução?
Comprar um pet e esperar que ele alegre seus dias, contratar os serviços da Net esperando uma programação mais envolvente, sair mais, um livro de kama sutra, mudar de emprego...
Ah, mudar de emprego! Os velhos problemas com um endereço diferente!
Talvez uma mudança radical, comprar um pet, trocar de carro, mudar de cidade, fazer uma plástica, uma viagem e amputar o apêndice chamado emprego - curtir todas as novidades por cinco anos e se desesperar novamente fazendo uma nova mudança.
A rotina não cai bem para todos. As vezes não há dinheiro que pague, pelo contrário, talvez compense pagar para sair. Mas aí surge o monstro que assombra - mudança!
E se a paisagem do outro lado da montanha for idêntica, ou quem sabe - feia? Como lidar com um 'novo' desagradável?
E assim surge o dilema do terror da mesmice contra o pavor da mudança.
Tudo clamando por uma mudança - que nem sempre depende da própria pessoa. Qual a regra pra isso?
Ao meu ver é um mix de planejamento, considerando planos A, B, C e se necessário 'D', uma dose exagerada de audácia, boas pitadas de paciência, um olhar aguçado para não perder a boa oportunidade e inventividade para criar situações favoráveis. Tudo isso sem a mínima pretensão de criar uma regra universal, pois cada um tem seu método. O que não pode ocorrer é deixar o stress tomar conta da alma e sugar todas as suas energias (daí a necessidade da paciência/perseverança).
Algumas sugestões valem para todo o processo - Não deixe de ver a beleza das coisas. Até a chama que arde no inferno é bonita vista de longe, e sua fumaça negra gera lindos desenhos no ar. Mas é sério - um dia os desafios foram interessantes, um dia, dominá-los foi tudo de bom. Claro que não devemos viver de glórias do passado, mas se a situação foi boa um dia, não pode ser tão ruim e desesperadora assim hoje. Preste atenção em outros detalhes. Veja que as recompensas podem vir de outras formas - reconhecimento, dinheiro, companheirismo...
Permitir que o desespero aposse da alma não melhora o processo. Pense diferente, procure novos angulos de visão. Crie.
Ok - mas eu sei que o 'saco cheio' é terrível, e não é nenhum palestrante de auto motivação que me fará amar o que odeio. Portanto, planeje e mude! Respeite o tempo e siga em frente. Não atropele. Faça com paz e amor. Se algo der errado, encare isso como um desafio. A dificuldade em mudar e executar o plano é em si o desafio.

Não se conforme com estagnação, não se apavore em mudar. Faça com bom senso, por mais difícil que seja. Faça!