sexta-feira, 31 de julho de 2009

Devaneios suicidas - Mutabilidade


Vendo um Mutante – 99 patas, tres rabos, olhos por todo o corpo, peludo nos cotovelos e joelhos, boa chance de gerar uma tromba no umbigo e mais um nariz na nuca. Pele verde amarela, bem brasileira. Sabe contar piadas em funerais.

Mais que isso... minha mente é mutavel. Me garante sobrevivencia e adaptabilidade. Flexivel, recebe diversos tipos de insumos e viaja com rapidez e autonomia. Minha mente se engana, mas não mente. As vezes, equivoca. Mas nunca erra!
Se bem que Errar é humano. Permanecer no erro é burrice.
Quero coisas diferentes em momentos diferentes. Por isso traço metas. Mutança saudavel e controlada.
As vezes quero acolher, outras horas quero estar só.
As vezes quero filosofar sobre a vida e a morte, outras horas quero apenas estar num buteco, rodeado de bebados falando sobre formatos de coco.
Momentos de sobriedade vs Momentos de divindade.
Anarquismo puro vs Politicamente correto.
O chato da vez vs O legal.
Mudo sim, e muito! Tem dias que quero correr, pular, gritar, e em outros peço pra morrer no aconchego do meu quarto ouvindo o depressivo Robert Smith.
Crio venenos e formas para tornar a vida tão agradavel que eu não queira usa-los.
Porque isso? Culpa das enzimas, hormonios e Cia? Sinapses neurais defeituosas ou em continuo processo de interligação?
Nem sei. Talvez não queira entender.
Sei que no meu peito não há coração, mas um cavalo selvagem, louco para cavalgar livre pelo mundo. Que sonhos se encaixam com isso? - Uma mente livre + um coração que quer cavalgar livre.
Não há como, eu vejo a estrada e quero partir. Não quero ter nem ficar.

Meu mutante não tem raízes. Tem patas de centopeia.
Como parar uma criatura cuja natureza é andar?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Devaneios Suicidas - Desacelere e Contemple

O destino final é o que importa...
Mas observar a estrada e a paisagem ao redor é tanto quanto importante.
Festeja cada pedaço da vitória, e a conquista será mais gostosa.
O todo é importante, mas considere cada fragmento, cada nuance. Veja, deguste, toque, sinta o aroma - de tudo. Sempre use os sentidos e usufrua plenamente.





Para Relaxar –
Desacelere.
Nada de pressa e nem esforços inúteis.
Objetividade e contemplação. Creio que os melhores conselhos sobre isso vem da cultura asiática. Os Japoneses, nos ensinamentos sobre o Zen dão uma importante lição. Para tomar um chá por exemplo, não basta sentar, coloca-lo na xícara e beber. Há todo um processo envolvido – Em alguns mosteiros os monges possuem xícaras exclusivas e personalizadas. Se uma xícara, por exemplo, é comprada em uma loja, ele a quebra e depois cola, de forma que seus detalhes (remendos) passam a ser únicos, assim como ele próprio. O processo de fazer um chá vem desde o cultivo e a seleção das ervas, até o aquecimento da água, e depois de um breve ritual em agradecimento a todos que participaram do processo, degustam o chá lentamente.
É tudo contemplativo, não existe pressa.
A pressa é contraria ao prazer.
Outra forma de exemplificar isso, vem do Tantra, que surgiu na Índia e amadureceu pelas culturas chinesa e japonesa. Budismo, Zen e Tantra (em algumas linhas) partem do principio de você desapegar-se de partes ou de um todo, e começar a ser o Todo, deixar que sua consciência abranja tudo, não sendo, mas observando. É uma filosofia de sentir e contemplar. Nesse aspecto, aplicar o Tantra no ato sexual (que deixa de ser apenas sexo, e passa a ser amor), faz com que a pratica deixe de ser apenas algo carnal e passe a ser corpo, mente e espírito.
No Tantra, o sexo começa no olhar, sentir a respiração, sentir a pele, o cheiro, ouvir o sons. Todos os sentidos. Prestar a atenção e o mais gostoso de tudo, ser o outro. Interagindo sem nenhuma pressa. É ter os impulsos, mas conte-los, observar a si mesmo e ao outro. Degustar lentamente. Sentir prazer no que vê, no que ouve, no tato, no sexo. Alias, o sexo passa a ser um mero detalhe nisso. O importante é a fusão.
Não contar o tempo é um aliado à felicidade. É como sentar de frente para o mar, contemplar o entardecer, e ver/ouvir/sentir tudo mudar ao redor. O sol dando lugar às estrelas, a brisa quente tornando-se fresca, o som pássaros dando lugar aos grilos. Perceber tudo isso ocorrendo. Enquanto isso, sentir que o mar pulsa com ondas diferentes, sentir a textura da areia. Perceber e interagir com a natureza da paz.
Perceber e interagir com seu parceiro da paz e prazer.
Saber ouvir.
É possível sentir paz até no transito. Ao invés entrar no clima de stress, coloque uma musica suave, chill out, e apenas veja a harmonia do caos ao seu redor, preste atenção e faça parte de tudo. Com certeza o numero de xingamentos e fechadas será menor.
Criar microambientes de paz no amor, em casa, no trabalho. Sentir paz ao tomar um chá, ao escrever um texto, ao fazer amor, ao planejar e executar a vida. Tomar consciência de que não somos apenas uma parcela, somos o todo. Somos humanos e somos deuses e O Deus. Nossas partículas se espalham e eu sou o animal, sou a pedra, sou a planta e sou você. E tudo isso me é!
Não há porque brigar, discutir ou ir contra, somos tudo isso. Basta apenas contemplar o que há ao redor e sentir o que somos.
Interagir, participar e ser... alias, já somos. Mesmo que não tenhamos consciência, já somos, mas quando tomamos consciência disso tudo, de toda essa mecânica multiversal, vemos que há uma grandeza infinita nas coisas... e que somos parte dela.
Fechar os olhos a isso é contentar-se com pouco. É correr atrás das migalhas materiais, ou usufruir apenas de partes.
É como ir na praia e reclamar do sol e da areia, depois sair ser perceber a beleza de ambos. É engolir o chá e não degusta-lo. É fazer sexo sem sentir a outra pessoa.
Percepções.
Levar a vida com consciência desperta para os melhores detalhes. E estes, estão sempre presentes.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Devaneios Suicidas - GENESIS




Fim do Sexto Dia – Deus já tinha ralado demais a semana inteira. Criou a terra, criou os dinossauros, destruiu os dinossauros, criou um monte de macacos, fez uma serie de protótipos, eliminou os protótipos, um monte de humanóides burros e sem futuros, eliminou, rascunhou, jogou meteoros na lua e na terra, fez um bichinhos e plantas mais simpáticos, mandou gelo e detonou tudo com eras glaciares... já tava cheio de tanto protótipos, definitivamente a equipe criativa dele era muito amadora, por fim Ele mesmo fez um montinho de barro, soprou, viu que ficou legalzinho, faltou barro criativo, os estagiários haviam consumido todo o barro criativo fazendo dinossauros e humanóides (que Ele destruiu com meteoros e eras glaciais respectivamente)., então, nessa falta de material não sobrou opção, rancou a costela do macho enquanto ele dormia (primeiro caso de furto) e em compensação, deixou do lado dele a Mulher.
Adão acordou feliz da vida. Macacas e cabritas agradeceram a Deus pela novidade no paraíso!
Como Deus já tava cansado de fazer e desfazer, nem deixou manual - daí o motivo do Caos.
E Deus foi pro bar!
Naquela época, uma serpente fabricava e comercializava destilados de maças, as famosas Cidras. E Deus esta lá, bebendo e contrando seus feitos até hoje!
Dizem que após a morte, todos nós vamos para este bar, bebemos com nossos antepassados e com Deus.
Um dia, Baco inventou o vinho, e passou a servi-lo também no bar da cobrinha.
Outros deuses vieram, e mais birita!
Os Orixás, por exemplo, não passam sem uma branquinha.
Por isso que reafirmo – Ir para o Bar é seguir o exemplo Supremo! É estar com os amigos e com Deus.