quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Amor é um Bônus!



Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada. - Clarisse Lispector

.. O amor é só um bônus.

É aquele extra que aparece depois que tudo já esta acontecendo. Já existe química, pele, tesão, atração (Ok, eu sei que é tudo sinônimo), admiração, compatibilidade, desejos... ou seja, um cenário perfeito, uma utopia lúdica e de repente os amantes se vêem abestalhadamente apaixonados. É tudo tão lindo!

Não adianta sair procurando “amor” nos classificados. Ele é abstrato e intangível até que surge misteriosamente, resultado de uma complexa combinação de sentidos, tempo e espaço.

É bom cultivar isso. Tudo tem que estar harmoniosamente em equilíbrio, senão voa como pólen ao vento ou pior, imagine tentar recuperar uma gota de suor que caiu no oceano?

Não dá para programar seu inicio nem sua continuidade. É como você estar sonhando algo muito bom e não querer que aquele sonho acabe. Uma hora acordamos e nem adianta fechar os olhos e tentar continuar o sonho. Talvez o melhor seja realmente acordar, sorrir pelo sonho, continuar o dia, esperar pela noite e quem sabe, sonhar outro sonho tão bom quanto.

Sonhos são instantes de sono que viajamos, lembramos ou não, e ficam entre as realidades dos estágios em que estamos acordados. Amor também.

Bonitinho é aquele casal juntinho que está apaixonado há 35 anos. Mas será que estão mesmo? Sempre? Ou tentam apenas transparecer isso? – vá saber...

Amor, um bônus! Um mundo fantástico entre realidades distintas.

Amor, um bônus! Intangível, não programável e sempre desejável.

Amor, um bônus! Doses deliciosas de endorfina na corrente sanguínea, a melhor droga que existe.

O bom de falar de coisas inexplicáveis e indefiníveis é isso – não existe certo ou errado no fantástico mundo do inimaginável. Todos os absurdos são plausíveis.

Claro, se estamos falando de pessoas abestalhadas, pra que tentar explicar de forma racional ou cientifica? Não é esse o caminho. Se os apaixonados não conseguem se entender diante desse fascinante cenário, e nem querem explicações, tão bom que desejam apenas experiênciar.

Mesma coisa, imagine-se tendo aquele sonho, acordar babando de felicidade e ir pro computador, entrar no Google e querer explicações e sentido.

Tentar explicar, medir, quantificar ou entender é matar o processo.

Não se explicam as fantasias. - É um bônus! Imagine-se no balcão da loja, te dão um bônus pelas suas compras, e você vai puxar a poderosa calculadora HP pra saber se aquilo é bônus mesmo ou esta incluso no valor da compra... é ate falta de educação.

Amor é isso, o desejável e inesperado. Acontece!

E se não acontece?

Não há problemas, há outras coisas palpáveis e reais que vale a pena curtir. Companhia, cumplicidade, paz, boa consciência, sexo e afins, já são coisas deliciosas de serem curtidas. A vida é a melhor experiência de todas.

Selfie - Um Suicídio Fotográfico





Eu acho que já conheço todos os banheiros e guarda roupas da cidade!


A moda do lepo lepo já passou, harlem shake idem... mas o diabo dos selfies continuam. Parece que as fotografias 3 x 4 evoluíram de forma errada, em alguma ponto da escala evolutiva o gene da falta de bom senso se apoderou das câmeras fotográficas. A mesma repetição de sempre. Gosto de fotografia e das histórias que elas contam, mas qual a história de um selfie?

Tange ao surrealismo narrar, mas lá estava a Branca de Neve, sozinha em casa, sem familiares e amigos por perto, pegou a câmera, fez a cara mais bonita que tinha naquele momento, o que ela conseguiu foi um biquinho, uma forma de dizer que era irreverente, sem noção de estética, infantil, sexy e que não se importava com isso, clicou e publicou.





Até aí, tudo bem, era como ela se sentia naquele momento. O problema é que o biquinho que ela achava ser sexy acabou ganhando o nome de "Donald Face" pelos amigos (talvez nem tão amigos). Mas, calma, isso ainda pode ficar mas interessante... ou pior, por exemplo a pessoa que entra no banheiro, põe o Ray Ban, entorta o pescoço, faz um sorriso descolado, paz e amor na outra mão, joga o boné pro lado e Clic! Eis aí uma foto prontinha para postar em alguma rede social.





Será que tem algo mais estranho que botar os óculos escuros para entrar no banheiro à noite? Ok, selfie é bizarro! Ah, claro, não podemos esquecer da foto da linda gostosona, que põe uma roupinha fitness... e vai pro banheiro se fotografar. Nada contra auto afirmação, mas não havia um cenário melhor que o 'banheiro'?.

Imagino que um fenômeno mundial toma conta da humanidade, além da fixação por banheiros, estão todos muito solitários e não vão mais a lugares públicos, com paisagens, e nem tem mais amigos para clicá-los.

Fica a dica - Sejam mais criativos! não sei se as outras pessoas querem ver seu quarto bagunçado, conhecer seu banheiro ou saber da sua extrema solidão, na qual finge esboçar um sorriso feliz.

Popular uma rede social com fotos na balada, no parque, com amigos, com o cachorro, praticando esportes, viajando, fazendo algo, em algo lugar... sempre renderão comentários mais interessantes que um selfie no banheiro.

Lembre que a maioria das câmeras tem timer, isso te dará um tempinho para ficar mais longe das lentes na hora do clique.

E esse artigo serve para quê? Pra nada, porque (a vasta maioria das) pessoas que fazem selfies não leem.



Moda por moda, eu gostava mais do Harlem Shake.