quarta-feira, 8 de abril de 2009

Devaneios Suicidas - Cultura PoP, DNA, Ratos & Baratas



Afinal de contas – Qual o problema com os ratos? E com as baratas? E as simpáticas lagartixas?
Transmissão de Doenças? Nojo?
A quem suba nas cadeiras, corra, grite, entre em pânico, sinta nojo, parta pra violência – armado de impiedosas chinelas, vassouras ou o temível inseticida.
E qual a origem desse medo – transmissão de doenças? Nojo?
Mas transmissão de doenças e sujeira – os pombos são terríveis transmissores de doenças e não existe a cultura pombomófica disseminada. Vivem livres, cagando em tudo enquanto é lugar, comendo e reproduzindo livremente, e há quem os alimente.
Gatos! Podemos dizer muito deles, não roem tudo por aí, mas arranham moveis, roubam comida, atacam, transmitem doenças e nem sempre estão dispostos a caçar os famigerados ratos.
Talvez aquela idéia do ambiente em que vivam, esgotos, lixos, restos úmidos...
Não sei, as Garças vivem em fétidos pântanos e ninguém saí por aí exterminando garças e se uma aparecesse na tua cozinha, seria apenas uma questão de limpar as patinhas e ela seria uma convidada para o jantar – e porque não – O Jantar!
Ou podemos ir mais além – Invasão de privacidade. Mas qual o problema? Ninguém importa se um beija-flor entrar pela janela, ou uma borboleta, imagine uma Chinchila! Esquilos são tão roedores quanto os ratos.
Walt Disney foi imparcial – Fez o Mickey Mouse e a dupla Tico e Teco, todos muito simpáticos, mesmo assim, a cultura do “mate um rato” permanece, ainda que ele não esteja em sua casa, pode ser no saguão ou na rua.
Seria um problema com a quantidade? Sabermos que há milhares, bilhões, trilhões, zilhões de ratos e baratas no submundo... mas isso não é motivo para matar. Há bilhões de Chineses também. Não devemos estimular a matança so porque existe muito de algo.
Ou o problema estaria relacionado ao “submundo”? Também não seria o motivo para mata-los. Pense em toda a cultura underground que revoluciona o mundo pop.
Da próxima vez não mate... convide para que saia ;)
Pense no mundo como um rato, afinal, tudo não passa de um simples (ou complexo) laboratório, e nos somos as cobaias (já dizia Douglas Adams).

Se fizer uma analise sistêmica, da vida, o universo e tudo mais, verá que os ratos e baratas tem muito de nós. Sim, tudo que utilizamos, eles reciclam. E nisso vai a água que corre por nossos corpos, roupas e alimentos, as sobras e resíduos do nosso dia-a-dia, tudo escoa. Vou ser mais escatológico – resíduos e excrementos – aquilo que um dia foi uma célula sua, seu DNA! Que simplesmente puxamos a descarga e deixamos escoar pelo ralo.
Ratos e Baratas – recebendo e assumindo nossa cultura e DNA.
Aquelas células e átomos que um dia estiveram no meu corpo, hoje reciclaram e cá estou eu – dando uma chinelada ou vassourada nela em minha cozinha!

Então os hindus estavam certos! É tudo parte de um complexo mecanismo, o eu de hoje é o rato de amanhã.

E mais uma vez o dilema – matar ou não matar?

Ratos e Baratas estão lá, reciclando toda aquela gordura, toda aquele material que dispensamos. E são odiados. Mas alguém tinha de fazer esse trabalho sujo. Se fossem branquinhos como garças, fofinhos como chinchilas, limpos como abelhas e tímidos como os beija flores nós os aceitaríamos melhor?

Não sei... e talvez isso explique porque tantos temem as pesquisas genéticas e clonagens. Afinal, ninguém esta brincando de Deus. A reciclagem e a transmissão de DNA e cultura sempre existiu. Quem sabe um dia, o rato na tua cozinha, estará falando inglês e usando gravatas?

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