segunda-feira, 20 de julho de 2009

Devaneios Suicidas - Desacelere e Contemple

O destino final é o que importa...
Mas observar a estrada e a paisagem ao redor é tanto quanto importante.
Festeja cada pedaço da vitória, e a conquista será mais gostosa.
O todo é importante, mas considere cada fragmento, cada nuance. Veja, deguste, toque, sinta o aroma - de tudo. Sempre use os sentidos e usufrua plenamente.





Para Relaxar –
Desacelere.
Nada de pressa e nem esforços inúteis.
Objetividade e contemplação. Creio que os melhores conselhos sobre isso vem da cultura asiática. Os Japoneses, nos ensinamentos sobre o Zen dão uma importante lição. Para tomar um chá por exemplo, não basta sentar, coloca-lo na xícara e beber. Há todo um processo envolvido – Em alguns mosteiros os monges possuem xícaras exclusivas e personalizadas. Se uma xícara, por exemplo, é comprada em uma loja, ele a quebra e depois cola, de forma que seus detalhes (remendos) passam a ser únicos, assim como ele próprio. O processo de fazer um chá vem desde o cultivo e a seleção das ervas, até o aquecimento da água, e depois de um breve ritual em agradecimento a todos que participaram do processo, degustam o chá lentamente.
É tudo contemplativo, não existe pressa.
A pressa é contraria ao prazer.
Outra forma de exemplificar isso, vem do Tantra, que surgiu na Índia e amadureceu pelas culturas chinesa e japonesa. Budismo, Zen e Tantra (em algumas linhas) partem do principio de você desapegar-se de partes ou de um todo, e começar a ser o Todo, deixar que sua consciência abranja tudo, não sendo, mas observando. É uma filosofia de sentir e contemplar. Nesse aspecto, aplicar o Tantra no ato sexual (que deixa de ser apenas sexo, e passa a ser amor), faz com que a pratica deixe de ser apenas algo carnal e passe a ser corpo, mente e espírito.
No Tantra, o sexo começa no olhar, sentir a respiração, sentir a pele, o cheiro, ouvir o sons. Todos os sentidos. Prestar a atenção e o mais gostoso de tudo, ser o outro. Interagindo sem nenhuma pressa. É ter os impulsos, mas conte-los, observar a si mesmo e ao outro. Degustar lentamente. Sentir prazer no que vê, no que ouve, no tato, no sexo. Alias, o sexo passa a ser um mero detalhe nisso. O importante é a fusão.
Não contar o tempo é um aliado à felicidade. É como sentar de frente para o mar, contemplar o entardecer, e ver/ouvir/sentir tudo mudar ao redor. O sol dando lugar às estrelas, a brisa quente tornando-se fresca, o som pássaros dando lugar aos grilos. Perceber tudo isso ocorrendo. Enquanto isso, sentir que o mar pulsa com ondas diferentes, sentir a textura da areia. Perceber e interagir com a natureza da paz.
Perceber e interagir com seu parceiro da paz e prazer.
Saber ouvir.
É possível sentir paz até no transito. Ao invés entrar no clima de stress, coloque uma musica suave, chill out, e apenas veja a harmonia do caos ao seu redor, preste atenção e faça parte de tudo. Com certeza o numero de xingamentos e fechadas será menor.
Criar microambientes de paz no amor, em casa, no trabalho. Sentir paz ao tomar um chá, ao escrever um texto, ao fazer amor, ao planejar e executar a vida. Tomar consciência de que não somos apenas uma parcela, somos o todo. Somos humanos e somos deuses e O Deus. Nossas partículas se espalham e eu sou o animal, sou a pedra, sou a planta e sou você. E tudo isso me é!
Não há porque brigar, discutir ou ir contra, somos tudo isso. Basta apenas contemplar o que há ao redor e sentir o que somos.
Interagir, participar e ser... alias, já somos. Mesmo que não tenhamos consciência, já somos, mas quando tomamos consciência disso tudo, de toda essa mecânica multiversal, vemos que há uma grandeza infinita nas coisas... e que somos parte dela.
Fechar os olhos a isso é contentar-se com pouco. É correr atrás das migalhas materiais, ou usufruir apenas de partes.
É como ir na praia e reclamar do sol e da areia, depois sair ser perceber a beleza de ambos. É engolir o chá e não degusta-lo. É fazer sexo sem sentir a outra pessoa.
Percepções.
Levar a vida com consciência desperta para os melhores detalhes. E estes, estão sempre presentes.

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