terça-feira, 26 de maio de 2009

Devaneios Suicidas - Moral e Evolução


Ensinaram-nos a acreditar em coisas imaginarias, temer absurdos, fazer besteiras e aceitar sistemas contrários à natureza. Criaram argumentos falaciosos, fizeram historinhas nada a ver para nos enganar e... Estou falando da humanidade e do seu comportamento frente à moralidade.
A cultura global como um todo.
As religiões pregam monogamia, a ciência diz que somos poligâmicos – um dia recebo um pps falando de como os cisnes são lindos e fieis, escolhem sua companheira e vivem juntos por 80 anos, ou aquela historia do João de Barro que é fiel e não admite infidelidade da parceira. Só que são aves! Nos somos mamíferos. Basta observar que macacos, cães e gatos – mamíferos como nós – não dão a mínima para fidelidade, fazem verdadeiras surubas e vivem extremamente felizes.
Em algum momento da historia, em um distante e remoto passado, alguém sentiu que aquele esquema de ninguém é de ninguém não estava dando certo (talvez para ele, um eterno perdedor) e usou da sua influencia mística para dizer que um deus estava mudando as regras. E assim foi, as pessoas passaram a ser posses. Você é minha, eu sou seu e vivemos felizes para sempre (a eterna guerra dos sexos). Tem felicidade nisso? Ou teria mais felicidade se fosse diferente? Imagine se já nascêssemos em um sistema cultural totalmente diferente, e criados com conceitos totalmente diferentes do que hoje.
Aquele comportamento juvenil de “ficar” que muita gente séria diz que abomina, seria o normal. Paris Hilton fazendo sexo em lugares públicos, seria normal. Daniela Ciccarelli transando numa praia em Ibiza – normal. Alias, ela, o namorado e todo mundo.
Bill Clinton e Mônica no salão oval da casa branca – apareceu uma infinidade de puritanos querendo derruba-lo por causa da aventura extra conjugal do garoto. Mas, quanto daqueles que votaram para derruba-lo não olharam com vontade para os fartos peitos e lábios da Mônica? Ou quantos deles já não haviam pulado a cerca?
Esse comportamento que os paparazzis adoram fotografar, e revistas sensacionalistas colocam como ‘vergonha’ ‘absurdo’ ‘olha a galinha de novo’ não é nada mais nada menos do quê aquilo que todo mundo faz – o desejaria ter feito.
O ponto é esse – A Moral é Hipócrita!
Aleyster Crowley resgatando a verdadeira religião humana, a interação com a natureza, a liberdade do ser e descartando a falsa moralidade já dizia – “faça o que tu queres, há de ser tudo da lei”.
Na vida, algumas coisas devem estar sempre presentes – Caráter, respeito pelo próximo, liberdade, coerência, privacidade, respeito (de novo) pelas escolhas alheias e que os acordos mútuos sejam favoráveis.
Não recrimino o comportamento alheio, apenas defendo a tese de que “o combinado não saí caro”. Se um casal se compromete em ser fiel, que sejam! Se combinam entre si que a relação será aberta, ninguém tem nada com isso.
Sou contra a exposição que a mídia dá à vida sexual dos famosos. E sou mais contra ainda aos que ficam bisbilhotando essas noticias, e muito mais contra a quem apita contra.
A moralidade existente e imposta pode fazer bem a alguns, mas nem mesmo seus mantenedores conseguem segurar a onda.
O mundo aos poucos esta redirecionando, primeiro veio o movimento hippie nos anos 60, e as mulheres se expuseram mais, alcançaram novos espaços, depois veio o anti concepcional, o mercado de trabalho, a pílula do dia seguinte, o direito ao aborto. As discussões sobre moral e costumes vão além – células tronco, clonagem, embriões, mapeamento de DNA. A religião tenta palpitar, impor, criticar. Barak Obama retruca e diz sobre o papel de cada um.
Eutanásia, o direito de morrer, os crimes de guerra passam a ser julgados. Crianças continuam morrendo de fome. Guerras tribais destroem corpos e pessoas na áfrica, e o restante da humanidade faz vistas grossas.
Mas o fato é esse, o mundo esta mudando. Estamos presenciando novos conceitos e valores surgindo, novas formas de tratar assuntos eternos. A ciência ganha força, aproxima-se das pessoas, traz a cura, cria doenças, as pessoas exigem seus direitos, publicam suas idéias e posts, a religião perde campo. Ninguém quer ouvir um velho que não transa falar que sexo com camisinha é pecado.
As pessoas buscam fugas em drogas e esoterismo. Querem sair do lugar comum. E assim a revolução vai ocorrendo. Uma busca pelos valores primitivos. Sexo livre, liberdade suprema, justiça rápida, falar e ser ouvido, gritar e oprimir, defender e matar, saquear e escravizar, prometer e quebrar, ... estamos evoluindo, crescendo.
Aos poucos, em passos de formigas vamos alterando a forma de ver e ser. Daqui a 20 ou 40 gerações os problemas serão outros, mas a humanidade vai olhar pra nossa era atual e elogiar ou lamentar pelo que fizemos. Pensarão em outras mudanças. E seguimos evoluindo.
Mas, por favor, parem de se preocupar com o comportamento sexual alheio!

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Um comentário:

  1. Assunto espinhoso. Religião é uma coisa que me deprime, cagando regras para os outros cumprirem que os próprios criadores não seguem.
    Sexo é uma coisa tão linda, as pessoas deviam parar de se preocupar tanto e na verdade acho que dariam menos surtos se o fizessem.
    No fundo tudo se resume a hipocrisia da nossa sociedade que fica escandalizada com o sexo mas cujos ícones são sempre pessoas extremamente sexys, sexualizadas, semi nuas.
    Adorei seu post.

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