segunda-feira, 22 de junho de 2009

Devaneios Suicidas - Pantufas e Convenções!


Acho que nao tenho medo do ridiculo, mas preciso ousar mais. Gostaria de ir aos extremos e fazer exatamente aquilo que gosto, admiro e me faz sentir confortável. Gostaria de eliminar os limites, os ditames da sociedade e ser realmente livre.
Isso não tem nada a ver com Anarquia.
Mas seria bom poder agir fora das convenções.
Comer doce antes da sobremesa, misturar fruta com refeição, jogar bola de sorvete dentro do copo de coca-cola, colocar queijo no copo de café quente sem que ninguém ficasse fazendo comentários do tipo “oh, minha avó também fazia isso” ou “que estranho, fica bom isso?”.
Melhor ainda, atropelar outras convenções e vir trabalhar com um confortável roupão, pantufas de coelhinhos e uma elegante cartola. Ah, e claro que não poderia faltar, fumar charutos cubanos e tomar whisky durante o horário de trabalho. Conforto, elegância e prazer no trabalho.
Seria bom também se todos os carros fossem conversíveis e menos poluentes.
Seria bom se as laminas de barbear fossem usadas somente quando quiséssemos, e não uma imposição da sociedade (salve Lula e Fidel que chegaram ao poder sem o uso de tais artifícios!).
Seria bom se as pessoas não se importassem com as minhas faltas de religião e de grana, nem com o meu time que perdeu ou ganhou, com quem fiquei ou deixei de ficar, meu estado civil e prole, quantas velas soprei no ultimo aniversario, meu signo, preferência sexual e até mesmo os meus conceitos sobre a vida, o universo e tudo mais.
São muitas convenções! Mas hoje, eu só que queria vir pro trabalho de pantufas, roupão e cartola, e nesse exato momento, estar fumando um charuto cubano ou um cachimbo de haxixe e tomando um belo de Jack Daniels enquanto faço minha corporação ganhar rios de dinheiro.
Eu acho o maximo que Robert Langdon use reloginho do Mickey e que Kojak chupasse pirulitos, ah sim, mas nada disso expressa mais liberdade que Sharon Stone sem calcinha no Instinto Selvagem (ou seria Extinto Selvagem? O mundo anda cada vez mais civilizado e padronizado, que o Selvagem já se extinguiu).
Alias, isso da pano pra manga, quem mandou o mundo adotar a filosofia fordista e querer padronizar tudo? Produção em serie. Tão americanizado o mundo, que hoje fica difícil distinguir um CIO de um “Elder”dos Mórmons. Andam iguais! Sapatos pretos impecáveis, calça preta, camisa social branca, gravata e crachá. Que graça há nisso? Cadê o conforto? Se já não bastasse a camisa com o colarinho sufocando o pescoço, ainda tem uma gravata pra amarrar e acabar de foder com qualquer coisa que remeta a liberdade.
Malditos CIO’s e Elders!
E ainda viraram um símbolo do que é bonito e respeitável. Ridículos, isso sim!
E porque minha pantufa de coelhinho é ridícula? Porque minha cartola seria ridícula? E porque não posso fazer reuniões com meu chefe e clientes usando nariz de palhaço?
Porque atendemos o telefone dizendo “Alô!”ou “Kooboo boa tarde” ao invés de um expansivo UIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! Ou um delicioso e Flinstonesco Iabadabadubiiiii!!!!?
Somos por demais convencionais e americanizados. A globalização ferra com a criatividade. Temos que ser criativos dentro de um certo padrão. Basta ver um episodio de Zorra Total ou a Praça é nossa, e ver outro daqui a 5 anos, as piadas são sempre as mesmas. Padronizadas, politicamente corretas e burras. É a chatice padronizando as massas e o nosso dia a dia.
Alias, a chatice vai alem...
É chato –
Dirigir Ferrari, Mustang, Camaro ou qualquer outro esportivo feroz a meros 120km/h.
Ouvir missas e cerimônias religiosas em idiomas que ninguém entende (alias, porque não mudam isso? Gostaria de ouvir um padre rezar uma missa em Banto, um monge budista cerimoniando em Latin e um pai de santo dando passes em latin).
Ouvir musica romântica pra dar clima.
Hora do Brasil no transito.
Ler noticia de escândalo político e nunca saber o resultado das CPI’s.
Discutir futebol quando seu time ta perdendo (e você sabe que vai perder mais ainda).

Por outro lado é divertido –
Sentar ao lado de uma freira num avião e folhear uma G Magazine (isso faria o olhinho dela brilhar mais que folhear uma Playboy, lógico!).
Ficar bêbado com um monte de amigos em algum lugar não convencional (tipo casa de alguma tia religiosa).
Discutir zodíaco e ufologia com céticos.
Falar das maravilhas que o satanismo produziu em sua vida e seus planos para dominar o mundo com aquele beato chato que quer te converter.
Viajar na maionese enquanto faz planos para quebrar as convenções.
Irritar gente chata.
Ser controversial e contorcionista ao mesmo tempo!

Tudo isso por um único motivo – pela liberação das pantufas no ambiente corporativo!
AMEM!

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